domingo, 20 de fevereiro de 2011

Kwan Yin

A Salvadora Compassiva

Kwan Yin é a Salvadora Compassiva do Leste. Por todo o Oriente altares dedicados a esta Mãe da Misericórdia podem ser achados em templos, casas e grutas nos caminhos. Orações à Presença dela estão incessantemente nos lábios dos devotos à medida que buscam orientação e socorro em todas as áreas da vida. Muito presente na cultura oriental, Kwan Yin tem despertado interesse em seu caminho e ensinamento entre um número crescente de devotos ocidentais, que reconhecem a poderosa presença da "Deusa da Misericórdia", junto com a da Virgem Maria, como iluminadora e intercessora da Era de Aquário. A longa história de devoção a Kwan Yin mostra-nos o caráter e o exemplo desta Portadora de Luz que não somente dedicou sua vida a seus amigos mas sempre assumiu o papel de intercessora e redentora. Durante séculos, Kwan Yin simbolizou o grande ideal do Budismo Mahayana (uma das três tradições do Budismo) em seu papel de bodhisattva (chinês p'u-sa), literalmente, "um ser de bodhi, ou iluminação", destinado a se tornar um Buda, mas que renunciou ao êxtase do nirvana, como um voto para salvar todas as crianças de Deus. O nome Kwan Shih Yin, como é freqüentemente chamada, significa literalmente "aquela que considera, vigia e ouve as lamentações do mundo". Segundo a lenda, Kwan Yin estava para entrar no céu, porém parou no limiar ao ouvir os gritos do mundo.
Há uma confiança implícita na graça salvadora e poderes curadores de Kwan Yin. Muitos acreditam que até mesmo a mera invocação de seu nome a traz imediatamente ao lugar do chamado. Um dos mais famosos textos associados à bodhisattva, o antigo Sutra do Lótus, cujo vigésimo quinto capítulo, dedicado a Kwan Yin, e conhecido como o "Sutra de Kwan Yin" descreve treze casos de desastres iminentes - de naufrágios a incêndios, prisões, ladrões, demônios, venenos fatais e aflições cármicas - nas quais o devoto é salvo quando se entrega ao poder de Kwan Yin. O texto é recitado muitas vezes, diariamente, por aqueles que desejam receber os benefícios prometidos. Os devotos invocam o poder e a misericordiosa intercessão da Bodhisattva com o mantra OM MANI PADME HUM - "salve a jóia no lótus", ou, como também tem sido traduzido, "salve Avalokitesvara, que é a jóia no coração do lótus no coração dos devotos".
Através do Tibete e Ladakh, budistas têm inscrito OM MANI PADME HUM em pedras lisas de oração, chamadas "pedras mani", como ofertas votivas. Milhares dessas pedras têm sido usadas para construir muretas-mani que ladeiam as estradas que dão ingresso a aldeias e monastérios.Acredita-se que Kwan Yin freqüentemente aparece no céu ou nas ondas para salvar aqueles que a invocam quando em perigo. Histórias pessoais podem ser ouvidas em Taiwan, por exemplo, de pessoas que a viram durante a Segunda Guerra Mundial aparecendo no céu como uma jovem, agarrando as bombas e cobrindo-as com as suas vestes brancas para que não explodissem.
Kwan Yin é descrita com mil braços e números variados de olhos, mãos e cabeças, às vezes com um olho na palma de cada mão, e é chamada "bodhisattva de mil braços, de mil olhos". Nessa forma ela representa a mãe onipresente, olhando simultaneamente em todas as direções, sentindo as aflições da humanidade e estendendo seus muitos braços para as aliviar com expressões infinitas de sua misericórdia.
Os símbolos característicos associados a Kwan Yin são um galho de salgueiro, com o qual ela esparge o néctar divino da vida; um vaso precioso, simbolizando o néctar da compaixão e da sabedoria, traços do bodhisattva; uma pomba representando a fecundidade; um livro ou um pergaminho de orações que ela segura em sua mão, simbolizando o dharma (ensinamentos) do Buda ou o sutra (texto budista); e um rosário adornando seu pescoço, através do qual ela clamava aos Budas por socorro.Imagens de Avalokitesvara (Kwan Yin) freqüentemente mostram-na segurando um rosário; descrições de seu nascimento afirmam ter ela nascido com um rosário cristalino branco em sua mão direita e uma flor branca de lótus na esquerda. É ensinado que as contas do rosário representam todos os seres vivos e o manuseio delas simboliza que Avalokitesvara os está conduzindo para fora de seu estado de miséria e da roda de repetidos renascimentos para o nirvana.No Tibete, Kwan Yin também é personificada como Yeshe Dawa, uma princesa que recebeu ensinamentos de um Buda, acumulou méritos e sabedoria, tendo sido aconselhada a rezar por um renascimento masculino, pois, como homem, alcançaria a iluminação espiritual. Reconhecendo nisso a ignorância de que a dualidade é relativa, fez o compromisso de sempre renascer em forma feminina, como mulher. Por esse gesto de sabedoria e compaixão, Yeshe Dawa/Tara é considerada manifestação de Kwan Yin (Avalokiteśvara), "Aquele que enxerga os clamores do mundo", ou "Senhora dos Mil Olhos".




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